sexta-feira, novembro 18, 2005

Expediente

No auge das preocupações eu respiro fundo, como se o ar pudesse me dar respostas e soluções.
Respiro fundo porque quando penso demais fico num estado tal de sufoco que sinto como se estivesse mergulhada numa piscina prendendo o ar até quase morrer.
Roxa de preocupações.
Quando estou preocupada eu respiro fundo e relaxo os meus músculos faciais e o meu cérebro e paro de me preocupar.
Simplesmente porque não vale a pena.
Tudo isso baseado na minha certeza mais motivadora: a de que amanhã vai chegar, aconteça o que acontecer.
(mesmo que não chegue pra mim, chegará para os outros e, bom, se um dia o amanhã não chegar... poupe-me de mais esse pensamento).
O tempo é implacável, a vida é implacável.
Ainda bem!
Pelo menos não depende de mim, além de tudo, que os dias passem.
Há preocupações que eu sempre adio, na esperança que um dia prescrevam.
Há outras que eu jogo no armário pra 'fazer depois'.
Porque a vida é mais que isso, por favor!
Eu preciso de mais tempo pro meu ócio:
Preciso reservar algumas horas do meu dia pra não pensar.
Não, dormir não serve, preciso não pensar acordada, para poder curtir cada minuto de existência pura, plena e despreocupada.

Queria só viver de expediente, com hora pra começar e hora pra terminar, assinando ponto no livro das preocupações. Meu serviço incluiria férias, décimo terceiro, plano de previdência e fundo de garantia.
Aí eu só ia pensar no meu horário de trabalho e o que não desse pra terminar de pensar hoje - mas que droga! - ficaria pra pensar amanhã.

Um comentário:

Anônimo disse...

Do jeito que vc se dedica ao trabalho, o seu 'expediente pensante' seria tão cansativo que vc não teria fôlego pra malhar depois... hahaha ;)